Não, não é cansaço...É uma quantidade de desilusão
Que se me entranha na espécie de pensar, E um domingo às avessas Do sentimento, Um feriado passado no abismo...
Não, cansaço não é... É eu estar existindo E também o mundo,
Com tudo aquilo que contém, Como tudo aquilo que nele se desdobra E afinal é a mesma coisa variada em cópias iguais.
Não. Cansaço por quê? É uma sensação abstracta Da vida concreta__ Qualquer coisa como um grito Por dar, Qualquer coisa como uma angústia Por sofrer, Ou por sofrer completamente, Ou por sofrer como... Sim, ou por sofrer como... Isso mesmo, como... Como quê?...
Se soubesse, não haveria em mim este falso cansaço.
(Ai, cegos que cantam na rua, Que formidável realejo Que é a guitarra de um, e a viola do outro, e a voz dela!) Porque oiço, vejo. Confesso: é cansaço!...
Álvaro de Campos
_____________________e
quero a simplicidade de mãos vazias a tudo o mais
___ estilhaços de mármore, inevitável lixo que se acumula em volta de uma obra de arte por acabar, no atelier do escultor.
imagens de : Masakatsu Takagi e Rafal Olbinski
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inacabado também o tempo
ResponderEliminarde esvaziarmos as mãos do supérfluo.
deixo-te um abraço.
simples!
ResponderEliminarsimples!
perto do puro!
desejável.
abraço.
que fique!
revejo me no teu texto.no teu cansaço.
ResponderEliminarHummm...Cheira me a solidão.Um cheiro forte, entranhado na pele que por muito que se esfregue com água não desaparece.Está la.Nausea.
Não adiantam os banhos, concluo, então o melhor é pensar numa solução...ou não.(e o cheiro não passa.)Deste cheiro, primeiro estranha-se depois entranha-se, não se passa a gostar apenas a saber viver com ele.
Saber viver...Saber viver tem muito, ou se calhar nada, que se diga.Viver ou será sobreviver??!!Eu sobrevivo.Sobreviver é duro, muito duro.E valerá a pena?Não sei responder.A minha resposta seria tipo tosta mista, sim e não, sem certezas.
Talvez porque certezas tenha poucas ou mesmo nenhumas.As desilusões fizeram me acreditar menos.
Mas aqui estou eu no jogo do empurra da vida.Sim, tenho a sensação que é esse jogo que se joga.Como se estivesse a andar rua fora e consciente ou inconscientemente me empurrassem para não prosseguir o meu caminho e eu própria fizesse o mesmo para chegar ao destino.E o caminho e o destino traduzem se apenas no final de mais um dia. Mas de tanto jogar ou viver, como lhe queiram chamar, o cansaço pesa me e mal consigo andar.E amanha começa outro dia.
(http://velasardemsempreateaofim.blogspot.com/2007/10/viver-todos-os-dias-cansa.html)
e no inacabado já reside a arte
ResponderEliminar.
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e não é cansaço
é criação
de mãos
abertas que tens
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bjo
algodao doce
beijo!
ResponderEliminarpara o dia!
:))))
Perdi-me aqui.....
ResponderEliminarQuero as mãos cheias de abraços
para te dar
com um beijo especial
M
i
é
Quando se rasgam as pedras
ResponderEliminarganham outra vida
mesmo no chão dos despojos
Open começa à 01.00 de 19 de Janeiro!!!
ResponderEliminarbeijo enorme
O cansaço de Pessoa é o cansaço de alguém atento.
ResponderEliminarAdmirar o despojamento, admirar a verdade, admirar as imperfeições ... é quase ser-se perfeita!
Parabéns
Alvaro de Campos sempre tão profundo. Gostei de o reler aqui. Um beijo.
ResponderEliminarolha querida M ....tb. tb desiludida....:((((
ResponderEliminarmas deixo-te beijos por cima das águas.
Um enorme e profundo cansaço...
ResponderEliminarO que é importante, afinal, é essa simplicidade do estar, do ser e do fazer. Reaprender o despojamento, entregar flores onde se acumulam pedras... É reconfortante o que assim nos dizes. E importante!!
Um abraço :)