Boa Páscoa é o que vos desejo.

Crucificação de Jesus, Maria Madalena e o Anjo
Sandro Botticelli

No livro "A Monstruosidade de Cristo" Slavoj Zizek confronta-nos com o fantasma da encarnação de Cristo. É essa encarnação a monstruosidade que Zizek tem em mente - não Cristo, mas Ele se ter feito homem, ter vindo ao corpo, à dor e à sensibilidade humanas para padecer dos mesmos sofrimentos, fazendo-nos perder a sua transcendência paternal, constrangendo-nos a assumir por inteiro as escolhas e a responsabilidade por elas. Vale a pena citar: "(...) Quando as pessoas imaginam toda a espécie de sentidos profundos porque as 'assustam as palavras que dizem: Ele fez-se Homem', aquilo que na realidade receiam é perderem o Deus transcendente que garante o sentido do universo, Deus como o senhor oculto que move os cordelinhos - em seu lugar encontramos um deus que abandona a sua posição transcendente e se precipita na sua própria criação, comprometendo-se com ela até à morte, o que faz com que nós, seres humanos, fiquemos sem qualquer Poder superior que olhe por nós, sem outra coisa que não seja o terrível fardo da liberdade e da responsabilidade pelo destino da criação divina e, portanto, do próprio deus. Não continuaremos hoje a recear demasiado todas as consequências dessas palavras?"
Ler o ensaio na integra em Ípsilon
Ainda em Pausa
.